Acolha sua imperfeição

Embrulhado como uma bonita chave que nos promete a excelência e o bom resultado, o que ele  faz é nos trancar para o lado de fora  do campo das oportunidades e da alegria em materializar nossos talentos no mundo.

Na verdade, perfeccionismo não é se dedicar com empenho para fazer o melhor trabalho. Não tem a ver com aperfeiçoamento nem é o segredo do resultado perfeito.

A professora e pesquisadora da Universidade de Houston Brené Brown traz considerações importantes sobre esse tema em seu livro A Coragem de Ser Imperfeito ( Ed. Sextante). Ela diz que o perfeccionismo é um sistema de crença autodestrutiva, pois o medo de falhar, de não corresponder às expectativas dos outros e de ser criticado mantém o perfeccionista fora da arena da vida.

Tradicionalmente relacionado ao desempenho profissional, o perfeccionismo também pode aparecer em áreas que a gente nem relaciona. É a preocupação excessiva com a aparência, que deve ser impecável, ou a limpeza da casa, que precisa estar sempre brilhando. O aprendizado de uma atividade, como tocar um instrumento ou aprender uma dança, deixa de ser prazeroso diante da cobrança pelo desempenho excepcional.

É a dificuldade em tolerar o erro dos filhos, ou a exigência de que o parceiro tenha atitudes de determinado jeito o tempo todo – e , assim, até a convivência com aqueles que amamos pode se tornar motivo de conflito e sofrimento.

O primeiro aspecto que precisamos considerar com ouvidos mais disponíveis é que perfeição não existe.

O segundo passo é sermos capazes de viver com mais liberdade e leveza, acolhendo a nossa imperfeição.  Deixar de lado – “o que as pessoas vão pensar” – e começar a crer que já somos bons o bastante, reduzindo as cobranças sobre nós e sobre os outros – e nos esforçando para enxergar beleza em quem somos e no que fazemos.

E reconhecer que, independente do que realizamos, o nosso valor se mantém ali, protegido.

Resiliência à vergonha, aceitação e amor-próprio, segundo Brené Brown, andam juntos para construir um modo de viver mais imperfeito e autêntico.

Referência: Livro: A Coragem de ser imperfeitoBrené Brown